Quem sou?
Meu nome é Petter Hübner, atuo como professor de Filosofia na rede pública do Estado do Paraná. Nas horas vagas1 cuido da horta com minha esposa, pratico ritos religiosos, leio materiais da área de interesse e compartilho um pouco do que ando pensando com amigos ou desconhecidos. Apesar de ser só um cara que vive para pagar o aluguel e os insumos da horta, acabei cultivando um grande número de camaradas que parecem reconhecer algum valor nas coisas que digo, o que para mim é uma grande honra, já que muitos deles são infinitamente mais capacitados e sagazes que aquele que aqui escreve.
Interesses Filosóficos
Fiz minha graduação e pós-(lato) na PUCPR focado no filósofo judeu-alemão Hans Jonas e tendo como campo a Ética e Ontologia (sob a luz dos problemas tecnológicos e ambientais contemporâneos). Herdei do meu pai um forte interesse em Teologia e Filosofia da Religião, mas a depuração dessa herança foi um longo e complicado processo que passou desde certo entulho subfilosófico2 até os escritos de Henry Corbin, e por fim o “politeísmo policêntrico” de Edward Butler.
O meu amadurecimento político ajudou a ampliar tais interesses para outras direções, reencontrei velhos conhecidos como o filósofo e noiser Jean Pierre Caron no contexto do CPC3 e fui apresentado a um novo arco intelectual, como o da fase neorracionalista do pensador iraniano Reza Negarestani4. Nesta época participei de um curso ministrado por Caron e pelo psicanalista Gabriel Tupinambá, onde fui apresentado pela primeira vez5 ao pensamento de Alain Badiou.
Paralelamente me aproximei das discussões cosmopolíticas, e através de um caminhada um pouco sinuosa acabei por encontrar um nó que acabava por amarrar e dar uma estrutura a estes diversos interesses, aqui inicia minha amizade com Adam Louis-Klein e minha participação na Oscillations6, bem como minhas parcerias com o teólogo nigeriano Oluwaseyi Bello7.
Interesses Devocionais
Sou um politeísta, cujo foco devocional são os Deuses do Antigo Mediterrâneo. Em termos de abordagem teórica posso talvez nomeá-la de “politeísmo crítico”, pois de forma consciente me afasto do romantismo pagão (nas suas formas “tradicionalistas” e “new age”) e de certo reconstrucionismo historiocêntrico. Em termos de teologia, me aproximo dos chamados “politeístas policêntricos” e busco desenvolver um diálogo crítico com os antigos, incorporando reflexões contemporâneas e desdobramentos que usualmente rompem com as abordagens clássicas. Nesse sentido, vejo a religião como uma interface viva entre Imortais e Mortais, na qual a criatividade humana é estimulada pela inspiração divina e não o contrário.
Preciso aqui me lembrar do meu grande companheiro de caminhada, o pianista e poeta Filipe Bernardo, que esteve ao meu lado nesse longo processo de maturação espiritual e com o qual mantenho uma virtuosa parceria em muitos projetos que envolvem esse tipo de espiritualidade.
Interesses Sonoros
Na minha juventude me envolvi com a cena Noise/Industrial curitibana e gerenciei um selo chamado “Quinta Coluna" que durou até 2014, o pouco do material sobrevivente foi posto numa página do bandcamp8. Também tive alguns projetos relacionados a outros gêneros (dentro do universo de polinização cruzada em Punk e Metal), mas não sobraram muitos registros. Ainda me interesso muito por esse universo sonoro, que me proporcionaram amizades duradouras como a de [MC Areia de Gato]9 , que ensinou basicamente tudo o que sei sobre música experimental e barulho. Curto o som, mas nunca mais quero me envolver com essa cena na minha vida.
Noopositive?
Este nome tem três origens simultâneas:
Um trocadilho: a filósofa Sadie Plant publicou com um colega10 o famoso texto Cyberpositive11 fazendo referência ao conceito cibernético de retroalimentação positiva. O noopositivo é o re-envelope do passo errante próprio do fluxo decodificador cyberpositivo na forma de epistrophe, não em nome do humano, mas do caminho do Bem1213.
Um insulto dignificado: os platonismos de Alain Badiou, Edward Butler e Reza Negarestani (três pensadores fundamentais para mim) foram caracterizados por um internauta reacionário14 como “contra-iniciáticos” e “noopositivistas” por se desviarem, cada um ao seu modo, de uma “mística do Uno”. O insulto soou para mim como um elogio.
Um erro: certo artigo repleto de erros de datilografia que foi escrito em defesa da imortal ciência do proletariado presente em uma compilação de traduções de textos soviéticos datada de 196315.
E este blogue é um repositório de rascunhos, pequenos textos e observações despretensiosas repletas de erros.
Que são poucas, graças ao estado atual do capitalismo tardio no aspecto geral e ao governo estadual no aspecto particular.
A chamada “Escola Tradicionalista”.
Circuito de Pesquisas Cibernéticas.
Tive algum contato com sua primeira obra (Cyclonopedia) na época onde estava mais ativo na cena musical experimental, mas foi sua fase neorracionalista carregada de um platonismo anastrófico e inumano que capturou com muita facilidade minha atenção.
De forma consistente e por pessoas que entendem do assunto.
Utilizei um pseudônimo pois ele não deseja que sua imagem pública esteja associada com pessoas de má índole como eu.
Que atualmente trabalha como um tuíteiro reacionário financiado pela CIA.
“Vida modesta e fecunda
Amor de um doce paraíso
Reino prepotencial racional
Aonde brilha sempre o bem, e não o mal” (MAIA, Tim)
Não sou da seita do Tim Maia.
Do mesmo clã que considera Graham Harman um literal mago negro trabalhando por detrás do “Grande Reset”.
